Bendine vs Price. O balanço da Petrobras
Se não assinar o balanço da Petrobras até junho, a auditora americana Price & Waterhouse quebra a Petrobras.
As dívidas da Petrobras vencerão e ela não terá como pagar, instantaneamente, dívidas de US$ 70 bilhões, US$ 90 bilhões.
Essa é a arma que a Price aponta para o peito do Bendine, o novo presidente da Petrobras.
Ou faz o que eu quero, ou te quebro !
A batata da Price assa.
Na Inglaterra, a Price enfrenta uma batalha judicial, porque teve a honra de participar, com outras auditoras americanas, da roubalheira dos Luxembourg Leaks.
Em Portugal, a Price se debate com a KPMG para ver se salva a reputação.
As duas assinaram os balanços do Banco do Espírito Santo, que quebrou numa situação com odor de roubalheira...
A Price assinou os balanços da Petrobras de 2012 e 2013.
Em pleno período de roubalheira, segundo os critérios rigorosíssimos do Ataulfo - ver no ABC do C Af - (critérios que não se aplicam ao Barusco, quando ele enterra o FHC na Lava Jato.)
Antes da Price, quem assinava os balanços da Petrobras era a KPMG.
E, até agora, KPMG e Price não tinham tossido nem mugido...
Por causa do terrorismo e da crescente evasão fiscal, a legislação americana cada vez mais aperta as empresas de auditoria, para evitar que sancionem safadezas.
(Sobre a matéria, cabe sempre lembrar o documentário “Inside Job”, imperdível.)
É uma batalha de vida ou morte.
A Petrobras tem que apresentar um balanço até junho.
E a Price pode se recusar a assinar.
A diretoria da Graça Foster apresentou um “balanço” que acusou um roubo de R$ 88 bilhões !
Esses R$ 88 bilhões não significavam nada !
Como demonstrou esse Conversa Afiada, com a colaboração de um especialista, é preciso fazer um “impairment”, ou seja, descontar do balanço a sobreavaliação de ativos.
Mas, como calcular a roubalheira ?
Se ainda não se sabe quanto foi para os tucanos ?
Como selecionar os ativos que foram “superavaliados” ?
Num conjunto de 12 refinarias, a Petrobras pode ter decidido reduzir a lucratividade de uma, em benefício da outra.
Como contabilizar refinaria por refinaria, ativo por ativo ?
Como descontar o Paulo Roberto Costa da Abreu e Lima ?
O Paulo Roberto fala que a roubalheira foi de US$ 4 bilhões !
US$ 4 bilhões !
Onde enfiar esse dinheiro no balanço da Petrobras ?
O PiG cheiroso (ver no ABC do C Af) assegura que já existe uma “solução técnica” para o problema.
“A solução ideal seria a estatal reconhecer que fez lançamentos contábeis errados e corrigir, contrato por contrato, inclusive em balanços antigos (da KPMG ou da Price ? - PHA) os valores desviados de corrupção.”
Mas, isso é impossível, reconhece o notável articulista do PiG.
Segundo “fontes próximas” (rsrsrs), a saída, então, será o “impairment”...
O Conversa Afiada tem suas dúvidas.
Fazer o “impairment” de todos os ativos da Petrobras, um por um, para ver se houve lançamento impróprio, por causa da corrupção !
Me engana que eu gosto !
O que o PiG cheiroso quer – e provavelmente a Price – é que a Petrobras se curve, de joelhos e diga: roubei, sim !
Roubei muito !
Mas, deixa eu sobreviver que eu juro que entrego à Chevron o pré-sal e o conteúdo nacional à Burlington !
Não existe provisão possível para corrupção !
Ponto e basta !
Não houve no Maddoff, no Espírito Santo, na Enron, nunca !
Como não haverá nessa gigantesca lavanderia, o HSBC.
A Petrobras vai ter que sair do corner.
E enfrentar a Price.
Na rua, na opinião pública !
E vamos ver se a Price tem peito para quebrar a Petrobras !
Paulo Henrique Amorim