Vídeo - Parte 2: Mino Carta sobre Mino Carta
"Em São Paulo, por exemplo, come-se muito mal. Acreditar que aqui se come bem é uma bobagem", opinou o diretor de redação da Carta Capital a Paulo Henrique Amorim.
"As pizzarias são fábricas de azia", seguiu o jornalista.
"Nosso tomate é azedo, é ácido, um tomate de quinta. Então, como é possível produzir a melhor pizza em São Paulo?", se indagou durante a conversa.
Sobre arte, Mino evitou comparação. “Não se discute quem foi melhor entre [Michelangelo Merisi da] Caravaggio e Rembrandt [Harmenszoon van Rijn]. É como comparar queijos, vinhos, não tem como. É estúpido buscar qualificações. É uma coisa idiota a meu ver”.
Já quanto a arte contemporânea, Mino foi enfático: “é a cretinização progressiva do mundo”.
Mino Carta também falou sobre futebol. Ele lembrou que esteve na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, quando a Seleção Brasileira perdeu para o Uruguai.
Para ele, “o futebol brasileiro se notabilizou a partir de 1958, com a vitória na Copa. Em 1950, o Brasil perdeu para uma seleção que era melhor”.
Italiano, Mino também comentou a eliminação da seleção de Telê Santana, na Copa de 1982, para a seleção do seu país.
“O treinador não era um gênio. Um goleiro frangueiro [Valdir Peres], um lateral direito [Leandro] que chorava, um lateral esquerdo [Junior] usado mal”, comentou.
No fim, Mino analisou o futebol de Pelé e Maradona.
Na primeira parte da entrevista, disse Mino:
Lula é o maior Presidente do Brasil
Já FHC é um blefe: ninguém nunca leu um livro dele
A opinião dos brasileiros, de acordo com as últimas pesquisas do Datafolha, de que o Presidente Lula foi o maior a ocupar o cargo é compartilhada pelo jornalista Mino Carta, da Carta Capital.
Em entrevista exclusiva a Paulo Henrique Amorim, Mino chega a lembrar de Getúlio Vargas para enaltecer o petista que governou o país por dois mandatos, de 2003 a 2010.
“O Lula fez o melhor governo do Brasil Republicano desde sempre. Já o Vargas, a meu ver, é o maior estadista brasileiro, pois ele teve um projeto de Brasil, de estadista”, disse o diretor de redação da Carta Capital na última segunda-feira (20).
“O projeto do Lula se dá em outro momento, evidentemente. Ele teve a felicidade de durar os oito anos e conseguiu tirar da miséria 30 milhões de brasileiros”, continuou Mino.
Nascido na Itália e no Brasil desde 1946, o jornalista que fundou, além da Carta, as revistas Quatro Rodas, Veja e criou o Jornal da Tarde, definiu o PT como um partido igual aos outros após chegar ao poder e lembrou a trajetória do partido idealizado por Lula, em plena ditadura militar, quando fez uma entrevista com o então metalúrgico para a IstoÉ, em fevereiro de 1978.
“O PT nasceu em circunstancias favoráveis à criação de um partido de esquerda. Na época das greves que tentavam apagar o peleguismo. Foi uma ideia de Lula criar um partido dos trabalhadores. O PT conseguiu criar uma ideia de partido autentico, de fato. E a ideia inicial do partido foi cumprida. Mas, eleito o Lula, com o PT no poder, ele passou a se comportar como todos os outros”, opinou.
Ao falar da trajetória de Lula, Mino o comparou ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“O Fernando Henrique é um blefe total, um inativo, mistificador, que ganhou uma fama imerecida. Ninguém nunca leu um livro do FHC. A única coisa que alguém registra como importante na vida dele não é obra dele, que é a Teoria da Dependência, que ele confirmou na prática”, declarou Carta ao Conversa Afiada.
Na entrevista, Mino ainda discorreu sobre o Governo Dilma, o Brasil da Casa Grande e Senzala e Daniel Dantas, quem chama de “o dono do Brasil”. Sobre o tema, o entrevistado revela bastidores da Operação Satiagraha e da prisão de Dantas em 2005, que contou com pressões de políticos, e o recebimento de um telefonema do ministro da Justiça à época, Tarso Genro.
Abaixo, outros trechos da entrevista:
O Brasil da Casa Grande e Senzala:
O Lula tirou 30 milhões ou mais da senzala.
Estar na senzala não é só uma questão material.
Ao tirá-los de lá, não lhes entregou a consciência da cidadania. Eles são mentalmente escravos.
O povo brasileiro é de uma infantilidade dolorosa e despido de consciência política.
Não tem noção de seu poder. É de uma covardia avassaladora.
Governo Dilma:
Nós [Carta Capital] apoiamos a Dilma, mas acho que o Lula escolheu mal.
Não tenho duvida quanto a boa fé e a retidão da Dilma.
Mas o Governo da Dilma foi um desastre.
Em primeiro lugar, ela não soube se cercar das pessoas que poderiam ajudá-la a governar.
O José Eduardo Cardozo [ministro da Justiça] é um cretino. Isso é um desastre ferroviário para não dizer aéreo.
O Belluzzo e o Delfim Neto choram até hoje por terem aprovado o Mercadante [ministro da Casa Civil] na Universidade de Campinas
Daniel Dantas:
Ele manda no país.
Ele está por trás de tudo. Pegue qualquer operação policial, inclusive as que não ocorreram.
A maior bandalheiras dos últimos tempos foi a Privataria Tucana e por trás de tudo estava o Dantas.
Os últimos 20 anos da história do Brasil têm o Dantas como protagonista.
Gilmar Mendes:
É uma das razões pela qual gostaria de ir embora.
Ele é a demonstração de Justiça em um país da Casa Grande e Senzala.
Ele trabalha para a Casa Grande.
Alisson Matos, editor do C Af