Ciro: Dilma precisa se reconciliar com os eleitores
Levy foi erro grosseiro: ele não conhece o Brasil!
CommentsSaiu no site do PDT:
Ciro Gomes: 'Dilma precisa ter proposta clara para o Brasil'
Em entrevista ao programa “São Paulo, Brasil”, da TV Câmara da capital paulista, o ex-ministro Ciro Gomes disse que falta a presidente Dilma Rousseff uma proposta clara para o Brasil, mas mesmo assim o povo brasileiro percebeu que está com ela “a defesa do valor difuso da questão nacional”. Segundo Ciro, falta planejamento ao Governo, “necessário até para as bodegas do interior do Nordeste”; e Dilma precisa se reconciliar com a maioria dos eleitores que lhe deram um novo mandato de presidente.
“Temos que ter uma proposta de futuro para o país e isto faz falta”, afirmou o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes ao jornalista Paulo Markun, titular do programa do canal 7 da NET paulista, a TV Câmara Municipal, também exibido no canal 61.4 da TV digital aberta, disponibilizado na internet no último dia 21/12.
O pré-candidato do PDT à presidência da República em 2018 argumentou que o mandato da presidente é fiador da normalidade democrática e se Dilma for derrubada, quem entrar no seu lugar não vai conseguir governar “como ocorreu no México e na Venezuela”, países com o povo dividido.
Na opinião de Ciro, ser de direita no Brasil não é crime, “crime é ser golpista”, mas por sorte a direita brasileira já está percebendo que um golpe à paraguaia, com ares de normalidade democrática, seria catastrófico para o Brasil. Particularmente o incomoda, disse Ciro, “a falta de nível dos protagonistas da crise atual”.
O ex-governador do Ceará citou uma senhora que foi para a rua, convocada pelos que querem tirar Dilma do governo, com um cartaz lamentando o fato da presidente Dilma não ter sido morta sob tortura no DOI-CODI.
“Senhorinha, não é por aí, a violência política e algo odiento!”, frisou.
Aos 57 anos, 36 deles dedicados à vida pública, Ciro se considera em processo de “desintoxicação” da política, trabalhando na iniciativa privada - mas admitindo a possibilidade de voltar a disputar mandatos, mas tendo como objetivo primeiro “a defesa da democracia”.
“A vida pública é mais sofisticada porque é preciso motivar as pessoas e prestar contas permanentemente. Já em uma organização privada, você tem metas e como adoro trabalhar, brinco que pela primeira vez tenho um salário decente”. Explicou que comanda a construção da ferrovia Transnordestina que, com uma extensão de 1.700 quilômetros, ligará “o fundo do Piauí” ao porto de Suape, em Pernambuco, causando “uma verdadeira revolução” em matéria de transporte de cargas e que tem total apoio da presidente Dilma.
Questionado sobre economia, disse que o Plano Levy foi “um equívoco grosseiro” porque o ex-ministro da Fazenda “não conhece o Brasil, não compreende a indústria, desconhece a agricultura. Só deixar entrar e não gastar não resolve. O Brasil não precisa do Levy”. Markun perguntou, então, se achava possível haver uma aliança no Brasil entre o Estado e o setor privado. Ciro respondeu:
“Sou amigo do Gustavo Franco, do Armínio Fraga, do Pedro Malan porque convivi com eles, os respeito. Mas discordo deles”. Destacou que para financiar o desenvolvimento do país é preciso dinheiro próprio, não o dos outros. Também é necessário melhorar a educação.
“O brasileiro, em média, tem seis anos de escolarização. Já os argentinos tem o dobro da escolarização média dos brasileiros. Cuba tem mais gente na Universidade do que o Brasil. Se não houver um governo empoderado, um setor privado engajado e uma academia também engajada, é difícil desenvolver o país”, argumentou.
Falando sobre ele, disse que entrou na política através do movimento estudantil, que seu pai foi prefeito de Sobral e que ele chegou ao governo do Ceará aos 32 anos e, a ministro, aos 36 anos. “O parlamento foi uma escola maravilhosa para mim”, frisou, dizendo que faltou a ele, quando candidato a presidente por duas vezes, preparo.
“Acho que a Sociedade entendeu que eu precisava amadurecer um pouco mais” quando perdeu a eleição para Lula, em 2003, e que para ele foi importante amadurecer “para poder servir o país em outra ocasião”.
Markun questionou sua fama de falar demais.
“Acho que não mereço isto. Talvez devesse cultivar a falsidade, como a elite faz porque não custa trocar palavras. Mas venho do interior do Ceará , não quero mudar meu sotaque, não quero me fazer de lorde. Não cometi desatinos como ministro, fui bom governador, bom prefeito de Fortaleza. Trabalhei pelo Brasil. Não sou delicado, não sou lorde com punhos de renda, sou agreste – da luta – e só tenho uma ferramenta, minha língua”, definiu-se.
Ciro defendeu o parlamentarismo. Disse que, na sua opinião, o presidencialismo “é um desastre”. O problema, segundo ele, é que a responsabilidade pelo Estado, pela saúde do Estado, é do presidente da República, “mas a vontade institucional está no Congresso”. E isto se complica quando “você bota um picareta como Eduardo Cunha” à frente da Câmara dos Deputados. “Só o poder controla o poder e o poder total, corrompe totalmente”. Ainda sobre Cunha, criticou a iniciativa dele de colocar na Constituição o financiamento privado das campanhas eleitorais e manifestou sua esperança de que o Senado, ao examinar o assunto, derrube esta iniciativa.
Ao fechar a entrevista, falou da importância do país ter uma política que reindustrialize o país porque é inadmissível, na sua opinião, que a agricultura brasileira dependa 40% de insumos estrangeiros.
"Isto não acontece por acaso”, concluiu.
“Temos que ter uma proposta de futuro para o país e isto faz falta”, afirmou o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes ao jornalista Paulo Markun, titular do programa do canal 7 da NET paulista, a TV Câmara Municipal, também exibido no canal 61.4 da TV digital aberta, disponibilizado na internet no último dia 21/12.
O pré-candidato do PDT à presidência da República em 2018 argumentou que o mandato da presidente é fiador da normalidade democrática e se Dilma for derrubada, quem entrar no seu lugar não vai conseguir governar “como ocorreu no México e na Venezuela”, países com o povo dividido.
Na opinião de Ciro, ser de direita no Brasil não é crime, “crime é ser golpista”, mas por sorte a direita brasileira já está percebendo que um golpe à paraguaia, com ares de normalidade democrática, seria catastrófico para o Brasil. Particularmente o incomoda, disse Ciro, “a falta de nível dos protagonistas da crise atual”.
O ex-governador do Ceará citou uma senhora que foi para a rua, convocada pelos que querem tirar Dilma do governo, com um cartaz lamentando o fato da presidente Dilma não ter sido morta sob tortura no DOI-CODI.
“Senhorinha, não é por aí, a violência política e algo odiento!”, frisou.
Aos 57 anos, 36 deles dedicados à vida pública, Ciro se considera em processo de “desintoxicação” da política, trabalhando na iniciativa privada - mas admitindo a possibilidade de voltar a disputar mandatos, mas tendo como objetivo primeiro “a defesa da democracia”.
“A vida pública é mais sofisticada porque é preciso motivar as pessoas e prestar contas permanentemente. Já em uma organização privada, você tem metas e como adoro trabalhar, brinco que pela primeira vez tenho um salário decente”. Explicou que comanda a construção da ferrovia Transnordestina que, com uma extensão de 1.700 quilômetros, ligará “o fundo do Piauí” ao porto de Suape, em Pernambuco, causando “uma verdadeira revolução” em matéria de transporte de cargas e que tem total apoio da presidente Dilma.
Questionado sobre economia, disse que o Plano Levy foi “um equívoco grosseiro” porque o ex-ministro da Fazenda “não conhece o Brasil, não compreende a indústria, desconhece a agricultura. Só deixar entrar e não gastar não resolve. O Brasil não precisa do Levy”. Markun perguntou, então, se achava possível haver uma aliança no Brasil entre o Estado e o setor privado. Ciro respondeu:
“Sou amigo do Gustavo Franco, do Armínio Fraga, do Pedro Malan porque convivi com eles, os respeito. Mas discordo deles”. Destacou que para financiar o desenvolvimento do país é preciso dinheiro próprio, não o dos outros. Também é necessário melhorar a educação.
“O brasileiro, em média, tem seis anos de escolarização. Já os argentinos tem o dobro da escolarização média dos brasileiros. Cuba tem mais gente na Universidade do que o Brasil. Se não houver um governo empoderado, um setor privado engajado e uma academia também engajada, é difícil desenvolver o país”, argumentou.
Falando sobre ele, disse que entrou na política através do movimento estudantil, que seu pai foi prefeito de Sobral e que ele chegou ao governo do Ceará aos 32 anos e, a ministro, aos 36 anos. “O parlamento foi uma escola maravilhosa para mim”, frisou, dizendo que faltou a ele, quando candidato a presidente por duas vezes, preparo.
“Acho que a Sociedade entendeu que eu precisava amadurecer um pouco mais” quando perdeu a eleição para Lula, em 2003, e que para ele foi importante amadurecer “para poder servir o país em outra ocasião”.
Markun questionou sua fama de falar demais.
“Acho que não mereço isto. Talvez devesse cultivar a falsidade, como a elite faz porque não custa trocar palavras. Mas venho do interior do Ceará , não quero mudar meu sotaque, não quero me fazer de lorde. Não cometi desatinos como ministro, fui bom governador, bom prefeito de Fortaleza. Trabalhei pelo Brasil. Não sou delicado, não sou lorde com punhos de renda, sou agreste – da luta – e só tenho uma ferramenta, minha língua”, definiu-se.
Ciro defendeu o parlamentarismo. Disse que, na sua opinião, o presidencialismo “é um desastre”. O problema, segundo ele, é que a responsabilidade pelo Estado, pela saúde do Estado, é do presidente da República, “mas a vontade institucional está no Congresso”. E isto se complica quando “você bota um picareta como Eduardo Cunha” à frente da Câmara dos Deputados. “Só o poder controla o poder e o poder total, corrompe totalmente”. Ainda sobre Cunha, criticou a iniciativa dele de colocar na Constituição o financiamento privado das campanhas eleitorais e manifestou sua esperança de que o Senado, ao examinar o assunto, derrube esta iniciativa.
Ao fechar a entrevista, falou da importância do país ter uma política que reindustrialize o país porque é inadmissível, na sua opinião, que a agricultura brasileira dependa 40% de insumos estrangeiros.
"Isto não acontece por acaso”, concluiu.