Você está aqui: Página Inicial / TV Afiada / Jessé: PiG e UDN (PSDB) se articulam no Golpe

Jessé: PiG e UDN (PSDB) se articulam no Golpe

Como o FHC é considerado Príncipe da Sociologia? Ele não desenvolveu nenhum conceito

por Conversa Afiada publicado 19/02/2016 11h26, última modificação 19/02/2016 11h26
Comments

Na segunda da parte da entrevista à TV Afiada, o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada), Jessé Souza, faz uma conexão entre os grandes pensadores brasileiros Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda com a Operação Lava Jato e a mídia. O objetivo é explicar a construção do discurso do liberalismo brasileiro em que o mal está sempre no Estado.

Para ele, o que há hoje é a extensão da luta que vem desde Vargas entre um Brasil moderno e inclusivo ou exclusivo.

“O Brasil moderno foi criado em 1930 com o Getúlio Vargas e, desde lá, temos duas opções para o Brasil: uma sociedade moderna inclusiva, nas soluções de Getúlio, ou exclusiva. A gente tem uma luta nisso. Tivemos um revés em 1954, com o suicídio de Vargas, quando havia todos os elementos de todos os Golpe. Você tem a mídia articulada com o discurso de que o mal e a corrupção estão sempre no Estado, e sempre um partido: lá atrás a UDN, hoje o PSDB.Para o Golpe, precisa criar um interesse geral a partir da manipulação”, define.

Abaixo, outros trechos da entrevista.

Gilberto Freyre, Sérgio Buarque, Lava Jato e PiG

O nosso grande pensador é o Sérgio Buarque de Holanda, uma espécie de filho bastardo do Gilberto Freyre.

O liberalismo é construído com uma imagem infantilizada do americano, como se não houvesse corrupção nos Estados Unidos, por exemplo. E se monta um complexo de vira-latas, como se outro fosse sempre superior e você é ruim. E o grande elemento disso é o tema da corrupção, porque é o aspecto moral.

Daí, deu-se a articulação entre essa teoria sobre o Brasil com interesses econômicos e políticos e com o universo midiático.

Os grandes poderes são econômico, político e midiático.

Democracia assaltada

O Brasil moderno foi criado em 1930 com o Getúlio Vargas e, desde lá, temos duas opções para o Brasil: uma sociedade moderna inclusiva, nas soluções de Getúlio, ou exclusiva. A gente tem uma luta nisso. Tivemos um revés em 1954, com o suicídio de Vargas, quando havia todos os elementos de todos os Golpe.

Você tem a mídia articulada com o discurso de que o mal e a corrupção estão sempre no Estado, e sempre um partido: lá atrás a UDN, hoje o PSDB.

Para o Golpe, precisa criar um interesse geral a partir da manipulação.

FHC

Eu reli com muito cuidado “A Teoria da Dependência”, com o Enzo Faletto. A política que ele põe é do passado, já está colocada. Ele não desenvolve nenhum conceito. E eu me pergunto por que ele é considerado o Principe da Sociologia. Ele não faz, nesse livro, o que promete fazer.

PT x PiG

Se alguém [do PT] pensou que a mídia segue sempre quem está no poder foi ingênuo. O que a mídia segue é o dinheiro. Ela posa de neutra.

Não existe democracia real se não tem pluralidade midiática.

Assista também à primeira parte da entrevista:


Jessé Souza: Brasil precisa democratizar o capital cultural