Música integra haitianos ao Brasil
43 mil haitianos se beneficiarão da politica de imigração
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Música e trabalho duro: a rotina de haitianos que tentam recomeçar a vida no Brasil
Mais de 43 mil haitianos serão beneficiados pela decisão do governo de conceder visto de permanência no Brasil
A corrente e o relógio dourados do rapper FreeThony parecem de ouro. Mas são apenas bijuterias que dão cor ao videoclipe em homenagem a mãe deixada há quatro anos no Haiti. O cantor de hip hop gospel, que na verdade se chama Jean Thony Lucien, espera que o vídeo "Mama" viralize nas redes sociais, junto com ele, a carreira internacional inciada no Brasil.
O haitiano de 30 anos deixou seu país após o terremoto de 12 de janeiro de 2010. O abalo sísmico de 7,2 graus de magnitude foi responsável pela morte de cerca de 300 mil pessoas no país do Caribe. "Foi muito triste e isso mexeu com a minha cabeça", diz o rapper.
A experiência da tragédia foi o que trouxe o FreeThony para Brasília. Nascido em Porto Príncipe, ele decidiu deixar o emprego em um hotel da cidade para tentar a carreira artística na capital federal, famosa pelo circuito de música alternativa. Trouxe na bagagem a vontade de deixar para trás o antigo Jean Lucien. "Eu escolhi esse nome de FreeThony porque decidi que não vou ser escravo de nada", conta.
Enquanto aguarda que o reconhecimento do público o ajude a mudar de vida, o rapper trabalha fazendo um pouco de tudo. Já foi operário em frigorífico e office-boy. "Lá no Haiti não tem oportunidade para um jovem que tem o sonho de conseguir alguma coisa", compara.
O desastre natural de 2010 provocou uma diáspora de haitianos, muitos deles escolheram o Brasil, onde foram recebidos oficialmente pelo governo brasileiro como imigrantes especiais.
A música também é o caminho escolhido Lobenson Mereus, de 22 anos, três dos quais vivendo no Brasil. MC Lobenson, como prefere ser chamado, foi o primeiro dos 43.871 haitianos beneficiados pela decisão do governo federal de conceder visto de permanência no Brasil. O registro foi recebido em novembro. "Esse documento está mudando muitas coisas na minha vida. Eu me sinto mais orgulhoso de viver aqui no Brasil", diz.
Ele trabalha como barbeiro num salão de cabeleireiro da Rodoviária do Plano Piloto, região central de Brasília. O haitiano de Maissade, cidade ao norte do país centro-americano, conta que foi cortando cabelo que conseguiu dinheiro para gravar um videoclipe e iniciar um CD. O hit do disco cantado em português, francês e creole confia que "a vida é difícil, mas quem quer algo sempre vai conseguir".
MC Lobenson e FreeThony se conheceram em Brasília, onde formaram uma parceria num videoclipe. Assim como o parceiro haitiano, MC Lobenson adota o estimo hip hop ostentação - com carros de luxo, motos potentes e correntes douradas. Tudo alugado e emprestado de amigos para encenar em contraste com a vida real do jovem morador de um quarto alugado na Vila Planalto, bairro nascido do acampamento onde moravam os operários que construíram Brasília nos anos 1950.
Oportunidade
Mais discreto e sem nenhuma ligação com a música, Kesson Ervilus, de 28 anos, optou por virar microempresário. Foi o tino empreendedor que levou o estudante do último semestre de de Análise e Desenvolvimento de Sistemas a abrir uma loja de informática no Conic, centro popular de compras na capital federal.
A loja é fruto das economias de quase quatro anos trabalhado em áreas como a hotelaria. "Ninguém me dava uma oportunidade (em informática), então eu decidir criar a minha oportunidade", afirma.
Ervilus é presidente de uma associação de haitianos moradores de Brasília. Segundo ele, apesar das dificuldades enfrentadas - entre elas, a língua portuguesa -, os haitianos têm consigo se realizar por aqui. "O Brasil foi o país mais generoso com os haitianos", diz.
A corrente e o relógio dourados do rapper FreeThony parecem de ouro. Mas são apenas bijuterias que dão cor ao videoclipe em homenagem a mãe deixada há quatro anos no Haiti. O cantor de hip hop gospel, que na verdade se chama Jean Thony Lucien, espera que o vídeo "Mama" viralize nas redes sociais, junto com ele, a carreira internacional inciada no Brasil.
O haitiano de 30 anos deixou seu país após o terremoto de 12 de janeiro de 2010. O abalo sísmico de 7,2 graus de magnitude foi responsável pela morte de cerca de 300 mil pessoas no país do Caribe. "Foi muito triste e isso mexeu com a minha cabeça", diz o rapper.
A experiência da tragédia foi o que trouxe o FreeThony para Brasília. Nascido em Porto Príncipe, ele decidiu deixar o emprego em um hotel da cidade para tentar a carreira artística na capital federal, famosa pelo circuito de música alternativa. Trouxe na bagagem a vontade de deixar para trás o antigo Jean Lucien. "Eu escolhi esse nome de FreeThony porque decidi que não vou ser escravo de nada", conta.
Enquanto aguarda que o reconhecimento do público o ajude a mudar de vida, o rapper trabalha fazendo um pouco de tudo. Já foi operário em frigorífico e office-boy. "Lá no Haiti não tem oportunidade para um jovem que tem o sonho de conseguir alguma coisa", compara.
O desastre natural de 2010 provocou uma diáspora de haitianos, muitos deles escolheram o Brasil, onde foram recebidos oficialmente pelo governo brasileiro como imigrantes especiais.
A música também é o caminho escolhido Lobenson Mereus, de 22 anos, três dos quais vivendo no Brasil. MC Lobenson, como prefere ser chamado, foi o primeiro dos 43.871 haitianos beneficiados pela decisão do governo federal de conceder visto de permanência no Brasil. O registro foi recebido em novembro. "Esse documento está mudando muitas coisas na minha vida. Eu me sinto mais orgulhoso de viver aqui no Brasil", diz.
Ele trabalha como barbeiro num salão de cabeleireiro da Rodoviária do Plano Piloto, região central de Brasília. O haitiano de Maissade, cidade ao norte do país centro-americano, conta que foi cortando cabelo que conseguiu dinheiro para gravar um videoclipe e iniciar um CD. O hit do disco cantado em português, francês e creole confia que "a vida é difícil, mas quem quer algo sempre vai conseguir".
MC Lobenson e FreeThony se conheceram em Brasília, onde formaram uma parceria num videoclipe. Assim como o parceiro haitiano, MC Lobenson adota o estimo hip hop ostentação - com carros de luxo, motos potentes e correntes douradas. Tudo alugado e emprestado de amigos para encenar em contraste com a vida real do jovem morador de um quarto alugado na Vila Planalto, bairro nascido do acampamento onde moravam os operários que construíram Brasília nos anos 1950.
Oportunidade
Mais discreto e sem nenhuma ligação com a música, Kesson Ervilus, de 28 anos, optou por virar microempresário. Foi o tino empreendedor que levou o estudante do último semestre de de Análise e Desenvolvimento de Sistemas a abrir uma loja de informática no Conic, centro popular de compras na capital federal.
A loja é fruto das economias de quase quatro anos trabalhado em áreas como a hotelaria. "Ninguém me dava uma oportunidade (em informática), então eu decidir criar a minha oportunidade", afirma.
Ervilus é presidente de uma associação de haitianos moradores de Brasília. Segundo ele, apesar das dificuldades enfrentadas - entre elas, a língua portuguesa -, os haitianos têm consigo se realizar por aqui. "O Brasil foi o país mais generoso com os haitianos", diz.