O crime da Veja. O que leva Robert(o) em cana
O ansioso blogueiro encontra blogueira suja na Padaria Aracaju, onde o Alberto explica a crise do Euro melhor que a Urubóloga.
– O que você precisa explicar direitinho, ansioso blogueiro, é qual é o crime da Veja.
– Qual deles, pergunta o ansioso blogueiro à blogueira suja.
– Por exemplo, a Veja levou grana ?
– Do Cachoeira ?
– É. A Veja levou grana do Cachoeira ?
– Não, diretamente, não. Assim, de pegar o dinheiro numa mala e esconder num apartamento no Jardim Paulista, não. Desse jeito, não.
– Então, qual é o crime ?, ela pergunta, mais ansiosa que o ansioso.
– O primeiro crime é transformar a Veja num instrumento do crime organizado.
– Isso é crime ?
– E você ainda pergunta ? A Veja era a arma que o Cachoeira apontava para a fronte dos que prejudicassem os negocios dele e do Demóstenes.
– É o crime de cumplicidade.
– De co-autoria. A Veja sabia que o Cachoeira era um criminoso, e dava curso a ações criminosas do Cachoeira e prosseguiu no crime.
– E qual o interesse do Robert(o) Civita nisso ?
– Vários. Primeiro, ajudar a derrubar o Lula e a Dilma. E ele é visceralmente reacionário e entreguista.
– Calma, ansioso blogueiro. Use expresões mais sutis.
– Tá certo. Reacionário e entreguista.
– Sim, mas isso não é crime.
– O crime é usar as reportagens da Veja como gazua.
– Gazua ? O que é isso ?
– Gazua é um gancho, de ponta chinfrada, que os assaltantes usam para abrir portas, cofres e saquear.
– Caramba, isso é muito forte.
– Forte foi o saque. A Editora Abril caminha para a extinção. É um dinossauro. Só quem faz dinheiro ali naquela árvore é o galho podre da Veja. Por isso, o Robert(o) e os filhos já picaram a mula da Editora Abril e foram para o negócio da Educação.
– Então a Veja é a gazua dos novos negócios.
– Exatamente ! Funciona assim: ou dá ou meto você na capa da Veja.
– Uma chantagem.
– Bingo ! O Cachoeira fornecia o material que dava a forma, a dimensão da gazua.
– Como assim ?
– Ou você faz o que eu quero ou faço com você o que o Cachoeira fez com o José Dirceu.
– Mas, a vítima entendia, sabia que se tratava de uma gazua ?
– Minha cara, gazua não tem ombro.
Pano rápido.
Paulo Henrique Amorim